
Toque de mãos. Rosto no rosto. Coração com coração. Num piscar de olhos estou em meu quarto. Era tudo sonho. Nada além de uma linda ilusão. Que angustiou o coração. Nunca aconteceu. Pesadelo vão. E o sorriso se foi. Os pensamentos se quebraram. Palpitações. Os joelhos estremeceram. Os livros caíram. Um rubor tomou a face. E o olhar, outra direção.
- Doutor, vou morrer?
- Bem, minha jovem, a verdade é que desconheço tais sintomas. Mas acredito que seja aquele mal do qual se morre dia após dia, porém, continua-se vivendo.
- E que mal é esse?
- É o mal de amar.
[SANTOS, Natasha. Angústia Desmedida. In: Palavra Viva. Curitiba: UP, 2007. p.81.]